
"Tento me encontrar numa daquelas sensações antigas como alegria ou fé ou esperança. Prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor, pois durante algum tempo fiz coisas antigas como chorar e sentir saudade da maneira mais humana possível: fiz coisas antigas e humanas como se elas me solucionassem.
Não solucionaram! Ultimamente ando meio fatigada de procuras inúteis e sedes afetivas insaciáveis. Chegamos a um tempo que de repente não sentimos nem dor nem medo, isso acontece porque atingiram seu limite. Seria bem mais fácil se tudo fosse mais limpo, mais claro, mas substituimos expressões fatais como "não resistirei" por outras mais mansas, como "sei que vai passar". Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência
"
(Caio Fernando Abreu)
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