
Você um menino quiçá desconhecido
Um jovem, liso, sem nenhuma cicatriz
Despertou amor em mim
nesse meu coração já vivido, remendado
A beleza era incrivelmente maior
pois foi dado a você, verdadeiramente
Dos passos seguidos, aprendemos
a nos amar, ser amigos, unos
Ao que vejo, tudo foi para você
dei o melhor de mim numa conjunção jamais vivida
Parecia não acabar, pois a felicidade
era anunciada a cada “eu te amo”
Tive a noção de ver nascer um homem
dentro de mim
E eu fiquei com tanto para dar
Mais aquilo parecia acabar
E agora...
Eu perdi, porque você foi alguém
Que mais amei na vida
E você perdeu,
Porque fui alguém capaz de te amar
como nunca fora amado
E por um instante, tenho certeza
de que implantou em minha alma
falsas ilusões, desamor
Sinto desprezo irônico pelo prazer do seu jogo,
sua insensibilidade e covardia
Talvez eu pudesse pensar, ou não
que nunca fui mulher para você
ou que possa ter perdido alguma coisa
De nada vale sentir ira...
Você morreu na minha vasta indiferença
dessacorrentei-me a tempo e altivamente
deixo a vida me levar bem longe de você
E nesse meio caminho vou aprendendo
Com um coração novo, forte
carente de afeto e alimento
Pronto para amar de novo
E preparado para mais uma cicatriz
Um comentário:
“Que teia é esta, a do será, do é e do foi?” [ Jorge Luis Borges ]
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